12/06/2008

O crepúsculo de Sara ou Cap. 117

Noite bela estrelada e ambientada pela lua, pelas constelações, pelos sois imaginarios e pela beleza da viagem do pensamento, tenta imaginar que cada estrela é uma galáxia distânte, tão prolixa e inconcisa, redundante como as suas próprias palavras quando seu sangue se destila no alcool venenoso, que corre nos seus complexos venosos, taciturnas as galáxias que imagina em cada estrela que vê, enfim, o crepúsculo também é algo a se considerar, ele manda dizer que pensa sobre isso mais tarde, ou mais cedo...também vai discutir horários na terça depois do blackjack noturno com os frutinhos secos do coqueiro que não vingou que tem na beira da sua piscina.
- Deixa de ser prolixo...
- E você, preguiça de ler...
- Não é bem assim, tenho que matar as formigas da minha mesa e eu não consigo parar de ler essas suas bobagens de...
- Eu também não gosto de formigas!
- Eu gosto, mato por diversão..!
- Maldade!
- Eu chamo de hobbie... me imagino um grande lider, daí invento uma regra, exatamente uma regra a qual elas nunca vão cumprir, tipo... não andar em cima da mesa, ou não subir naquela bala que eu abri propositalmente em cima da mesa... Espero um pouco e puno as rebeldes, levo elas para a fogueira, construi prisões, coliseus, entrego seus destinos a imensidão dos copos da'gua, descargas elétricas, sanitárias, meu modo preferido é amassar com a ponta do lápis, deixo as fugitivas sobreviverem, recompensa... Eu sempre digo em voz alta para elas não subirem.. mas elas não obedecem é claro.. se algum dia elas obedecerem confesso que sentirei muito medo.. talvez eu sairei correndo!
- Depois eu que sou prolixo!
- Ok, mas meu discurso é melhor que o seu sobre a noite e o tal do crepúsculo!!!
- Deixa de ladainha, ontem eu li o capitulo 117...
- 117, como dos 117 nomes?
- Andas lendo Clube dos Anjos?
- A gula!
- E como vinha escrito o capitulo?
- A caneta e...
- Prossiga...
-Dizia assim: Você nunca está sozinho, tem monstros no seu armário. Se você está trancado no escuro do seu quarto, a janela está feixada e a luz está desligada, se está tudo tomado por mistério, mistérios, tudo depende de como você imagina, e você esta debaixo do cobertor com a TV ligada no MUTE (sem som), a música do seu som toca baixinha e você vê o apresentador rindo de uma piadinha que você não tem nem idéia, mas a risada se torna flacidamente bela porque a música é bonita, ainda assim, tem um monstro debaixo da sua cama, um boi da cara preta, não tenhais medo de careta...Se você cortar seu colchão em pedaços, pode ser fatias, na kombi, enquanto você dirige, para o lixão, a pedreira, sei lá, imagina um lugar ai, você dirige de noite e ainda ouve os pedaços de esponja resmungando no banco de trás ou debaixo da sua cama...
- O que é uma risada flacida?
- Eu menti...
- Aonde?
- Era escrito a lápis!
Fim da noite, as árvores já não são mais normais... algumas são belas e outras tentam te pegar!

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